terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Estratégia de Lisboa

O A. mandou-me hoje um email a propósito das notícias segundo as quais as economias dos Estados Unidos da América e do Japão cresceram no último trimestre de 2009 muito acima do previsto, respectivamente 5,3% ao ano e 4,6% ao ano, continuando a ser as duas maiores economias do mundo, enquanto no terceiro lugar do ranking vem a China com 8,7% de crescimento, e a lembrar-me a chamada Estratégia de Lisboa, acordada na primavera de 2000 por todos os chefes de Estado da União Europeia (15 países na altura), que tinha precisamente um horizonte de 10 anos, isto é, pretendia concretizar até 2010 os objectivos a seguir descritos:

(...) A União atribuiu-se hoje um novo objectivo estratégico para a próxima década: tornar-se no espaço económico mais dinâmico e competitivo do mundo baseado no conhecimento e capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos, e com maior coesão social. (...)

Ao contrário do A., eu nem ia comentar, mas entretanto encontrei este expoente de retórica orwelliana:

(...) Overall, the Lisbon Strategy has had a positive impact on the EU even though its main targets (i.e. 70% employment rate, and 3% of GDP spent on R&D) will not be reached. The EU employment rate reached 66% in 2008 (from 62% in 2000) before it dropped back again as a result of the crisis. However the EU has failed to close the productivity growth gap with leading industrialised countries: total R&D expenditure in the EU expressed as a percentage of GDP only improved marginally (from 1.82% in 2000 to 1.9% in 2008). It would, however, be too simplistic to conclude that the strategy has failed because these targets were not met.
(...)

Se não cumprir os objectivos propostos não significa que a estratégia falhou, então não é possível avaliar nada.

1 comentário:

Goldfish disse...

Mas alguém que analisar alguma coisa? Estamos todos tão melhor neste limbo onde tudo é possível, dependendo apenas da perspectiva...