segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cirurgia estética no mundo

Segundo um estudo da International Society for Aesthetic Plastic Surgery os países onde se fazem mais tratamentos do foro da cirurgia estética são, por ordem:
1. Estados Unidos da América
2. Brasil
3. China
4. Índia
5. México
6. Japão
7. Coreia do Sul
8. Alemanha
...
23.Portugal

para um total de 25 países inquiridos.

Os números e respectiva análise são interessantes, mas não o é menos verificar as fragilidades do próprio estudo: nos Estados Unidos, mas não nos outros países, foram incluídos médicos de outras especialidades, os dados foram pedidos e fornecidos através das Sociedades Nacionais de Cirurgia Estética - o que quer que isso signifique nos diversos países - e às vezes (quantas?) extrapolados quando não havia respostas suficientes.

Com este caueat vale ainda assim a pena reparar:

no número de cirurgiões plásticos em cada um dos países estudados em proporção à respectiva população. Por exemplo: 5700 nos EUA - população 300 milhões; 3824 no Brasil - população 190 milhões; 4250 na China - pop. 1330 milhões; 2000 na Índia - pop 1180 milhões; 860 na Alemanha - pop 80 milhões; 200 em Portugal - pop. 10 milhões. Ou seja, Portugal ao nível dos Estados Unidos e do Brasil (cerca de 20 cirurgiões por milhão de habitantes, enquanto a Alemanha tem 10 por milhão, a China 3 e e a Índia 1,67.

no número e na percentagem de cirurgias realizados em cada um. As aparências enganam: assim, 1,3 milhões de cirurgias nos EUA, 1 milhão no Brasil, 1,2 milhões na China, descendo para 680 mil na Índia, 270 mil na Alemanha ou 60 mil em Portugal, querem na realidade dizer que em proporção Portugal faz mais cirurgias por mil habitantes (6) que os Estados Unidos (4) o Brasil (5) ou a Alemanha (3) e bem mais que a China (0.9) ou a Índia (0.57). Os cirurgiões plásticos portugueses podem orgulhar-se da sua produtividade!
Isto apesar de nos EUA se realizarem 15% de todos os procedimentos cirúrgicos cosméticos do mundo, no Brasil 12%, na China 14%, enquanto os países seguintes ficam bem abaixo dos 10% e Portugal já abaixo de 1%;

nos dados para os tratamentos não cirúrgicos (botox, fillers, lasers, etc) em que há algumas diferenças significativas em relação aos cirúrgicos, os quais podem dever-se à relativa novidade, a diferenças culturais ou, imagino eu, aos preços respectivos. A propósito seria interessante saber qual a comparticipação dos Estados/ Serviços nacionais de Saúde/ Seguradoras nos diversos tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos;

na popularidade dos vários procedimentos. Curiosamente a lipoaspiração está no primeiro ou no segundo lugar entre as cirurgias em todos os países considerados, e nos lugares seguintes são mais as semelhanças que as diferenças, apesar de serem intuitivamente expectáveis variações que reflectissem as diferenças anatómicas e/ ou culturais. Haverá uma globalização do ideal de beleza?

Em todo o caso, a minha experiência é diferente desta estatística, mas ninguém me perguntou nada.

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